domingo, 6 de agosto de 2017

Resenha: Uma Chama Entre as Cinzas



Nota: 5/5 estrelas
Título original: An Ember in the Ashes
Autor: Sabaa Tahir
Série: Uma Chama entre as Cinzas, livro 1
Editora: Verus
Páginas: 432

"Laia é uma escrava. Elias é um soldado. Nenhum dos dois é livre. No Império Marcial, a resposta para o desacato é a morte. Aqueles que não dão o próprio sangue pelo imperador arriscam perder as pessoas que amam e tudo que lhes é mais caro. É neste mundo brutal que Laia vive com os avós e o irmão mais velho. Eles não desafiam o Império, pois já viram o que acontece com quem se atreve a isso. Mas, quando o irmão de Laia é preso acusado de traição, ela é forçada a tomar uma atitude. Em troca da ajuda de rebeldes que prometem resgatar seu irmão, ela vai arriscar a própria vida para agir como espiã dentro da academia militar do Império. Ali, Laia conhece Elias, o melhor soldado da academia — e, secretamente, o mais relutante. O que Elias mais quer é se libertar da tirania que vem sendo treinado para aplicar. Logo ele e Laia percebem que a vida de ambos está interligada — e que suas escolhas podem mudar para sempre o destino do próprio Império."


Uma das melhores leituras que realizei ano passado (2016) e que acabei por reler agora (e favoritar mais uma vez), para poder prosseguir com a história no segundo volume. Sabaa Tahir nos dá um livro de estreia inesquecível, com um mundo cruel onde nossos protagonistas precisam ser destemidos se quiserem ter alguma chance de sobreviver.

Confesso que julguei o livro pela capa mesmo, afinal ela está incrível e me fez ter altas expectativas em relação ao enredo, e posso dizer que todas foram atendidas. Narrado por um ponto de vista duplo, acompanhamos o desenrolar da história através dos olhos de Laia e Elias, personagens que representam os extremos opostos do governo do Império, mas que são muito parecidos em seus anseios por mudanças. A alternância entre os dois permitiu que seus eles fossem bem desenvolvidos e amadurecessem durante a narrativa, assim como também nos mostrou o lado dos conquistadores e dos conquistados.

Com um enfoque mais político, o romance acaba adquirindo um papel secundário na história, mas vai sendo construído aos poucos, nos fazendo questionar com quem eles ficarão no final, o meu único receio a respeito de todo o contexto do livro. A autora parece construir um verdadeiro quadrado amoroso, e como sou uma pessoa que tem horror à triângulos amorosos (menos o de Peças Infernais da Cassandra Clare, aquele foi perfeito), adicionar mais uma pessoa à toda essa confusão de sentimentos parece uma receita certa para o desastre. Confesso que não torço para ninguém em particular, até porque não houve tantos momentos para que algo mais concreto fosse desenvolvido e também não desejo que a Sabaa caia no clichê do “melhor amigo”.

Quanto aos personagens secundários, eles se destacam tanto quanto os principais e possuem vozes e personalidades bem distintas também. Helene é definitivamente aquela que se sobressai, apesar de sua lealdade para/com o Império ser algo que ao mesmo tempo em que me fascina, acaba por me irritar. Izzi e Cozinheira são outras duas personagens femininas fortes, que demonstram uma imensa coragem ao lidar com o dia a dia na Academia Blackcliff e as demandas da Comandante, um ser desprezível, cujo propósito é infernizar a vida de todos e ser o pior tipo de pessoa possível (entrou para o meu Hall de Antagonistas Detestáveis).

Apesar das 400 páginas, a escrita da autora é fluida e te prende de tal maneira que você não consegue largar o livro até a página final. A construção de mundo é uma das mais envolventes e originais que já li! Cheia de complexidades e voltada para as intrigas políticas do governo, somos apresentados ao Império Marcial que mantém um regime de opressão e brutalidade com os povos que domina, assim como somos introduzidos ao lado fantástico, ao nos depararmos com djinns, ifrits e outras criaturas mágicas, nos dando uma mitologia cativante que me faz ansiar pelos próximos volumes, onde espero que elas sejam mais explicadas.

Mesmo sendo uma fantasia voltada para o público jovem adulto, a autora mostra que não tem medo algum em expor a violência com a qual os personagens convivem diariamente, então se preparem para muito sofrimento, lágrimas e sangue, mas também para uma chama de esperança num território tão hostil.

Comente aqui um livro com um antagonista tão detestável quanto a Comandante.

Beijinhos,

Onde achar: AMAZON / CULTURA / SARAIVA / SUBMARINO
Outras opiniões: GOODREADS / SKOOB

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Know us

Our Team

Contact us

Nome

E-mail *

Mensagem *