domingo, 16 de julho de 2017

Resenha: A Fúria e a Aurora

Nota: 5/5 estrelas
Título original: The Wrath and the Dawn
Autor: Renée Ahdieh
Série: A Fúria e a Aurora, livro 1
Editora: Globo Alt
Páginas: 336
Personagem central da história, a jovem Sherazade se candidata ao posto de noiva de Khalid Ibn Al-Rashid, o rei de Khorasan, de 18 anos de idade, considerado um monstro pelos moradores da cidade por ele governada. Casando-se todos os dias com uma mulher diferente, o califa degola as eleitas a cada amanhecer. Depois de uma fila de garotas assassinadas no castelo, e inúmeras famílias desoladas, Sherazade perde uma de suas melhores amigas, Shiva, uma das vítimas fatais de Khalid. Em nome da forte amizade entre ambas, Sherazade planeja uma vingança para colocar fim às atrocidades do atual reinado.
Noite após noite, Sherazade seduz o rei, tecendo histórias que encantam e que garantem sua sobrevivência, embora saiba que cada aurora pode ser a sua última. De maneira inesperada, no entanto, passa a enxergar outras situações e realidades nas quais vive um rei com um coração atormentado. Apaixonada, a heroína da história entra em conflito ao encarar seu próprio arrebatamento como uma traição imperdoável à amiga.
Apesar de não ter perdido a coragem de fazer justiça, de tirar a vida de Khalid em honra às mulheres mortas, Sherazade empreende a missão de desvendar os segredos escondidos nos imensos corredores do palácio de mármore e pedra e em cenários mágicos em meio ao deserto.
“A Fúria e a Aurora” trata-se de uma releitura de “As Mil e Uma Noites”, e foi interessante ver como a autora utilizou os elementos desse clássico no livro e me fez ficar intrigada em como a história original se desenrola.

O ponto que deve ser ressaltado a respeito do livro, especialmente em relação à escrita da autora é que você se sente transportado para Khorasan, cujas descrições do palácio, das vestimentas, comidas e cheiros lhe proporcionam uma verdadeira imersão de sentidos. A narrativa é envolvente, rica em detalhes e cores, fazendo com que a história se desenrole como um filme em sua cabeça.

Sherazade nos conquista com sua impetuosidade, senso de justiça e uma língua afiadíssima, não poupando ninguém de suas opiniões. Bem desenvolvida e corajosa como só ela, sua personalidade abrilhantou a narrativa com seus comentários impróprios para quem se encontrava numa situação tão mortal. Khalid é muito difícil de se aproximar inicialmente, se mostrando taciturno e isolado, mas ao se envolver com Sherazade vemos aos poucos quem ele realmente é, nos deixando ainda mais curiosos a respeito de seus atos contra suas esposas anteriores.

Quanto ao romance, há dois pontos que acabaram por me incomodar. O primeiro deles sendo o instalove que rola entre Sherazade e Khalid, pois afinal a missão dela ali no palácio é de descobrir a verdade a respeito das mortes e assassinar o califa, mas basta uma troca de olhares e palavras sentimentais e puf!, INSTALOVE. O segundo ponto sendo a “tentativa” da autora criar um triângulo amoroso. Digo tentativa porque é justamente isso, ela adicionar outro interesse amoroso foi querer forçar uma barra, é o mesmo que entrar numa corrida que já teve início quando não há chances de ganhar.

Os personagens secundários também não são deixados para trás. Despina ganha disparadamente no quesito ousadia, ainda mais por não agir de acordo com sua posição de camareira principal da rainha, nos dando interações engraçadíssimas junto de Shazi ao falar o que lhe vinha na cabeça. Jalal, capitão da guarda e primo de Khalid também foi uma presença importante e engraçada, contrabalanceando os humores do primo/califa.

Se Jalal e Despina chamam a atenção, o mesmo não pode ser dito de Tarik e Rahim, cuja presença foi tão sem propósito quanto aprender a fórmula de Bháskara na vida. Não consegui me importar o suficiente com Tarik para gostar dele, assim como achei suas motivações um tanto fúteis e egoístas durante a narrativa. Um foco também é dado a Jahandar, pai de Sherazade, que envolve certo aspecto mágico no livro, mas que não oferece maiores explicações sendo um tanto aleatórias também.

Os pontos negativos nem chegam perto de incomodar todas as outras partes maravilhosas do livro, fazendo desse um primeiro volume cativante, que te suga para as areias do deserto e te encanta com seus locais exóticos. A história de Sherazade definitivamente se faz valer a pena conferir, nem que seja para ver sua língua afiada em ação.

Comente aqui embaixo um romance, que mesmo sendo instalove, você acabou curtindo.

Beijinhos!

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Outras opiniões: GOODREADS / SKOOB

                                                                                                                                                                                                                              

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