Nota: 2/5 estrelas
Título original: Shiver
Autor: Maggie Stiefvater
Série: Os Lobos de Mercy Falls, livro 1
Editora: Agir Now
Páginas: 348
Quando chega o
inverno, Grace é atraída pela presença familiar dos lobos que vivem no bosque
atrás de sua casa. Ela espera ansiosamente pelo frio desde que fitou pela
primeira vez os profundos olhos amarelos de um dos lobos e sobreviveu ao ataque
de uma alcateia. Esses mesmos olhos brilhantes ela encontraria mais tarde em
Sam, um rapaz que cresceu vivendo duas vidas - uma normal, sob o sol, e outra
no inverno, quando vestia a pele do animal feroz que, certa vez, encontrou
aquela garota sem medo. Tudo o que Sam deseja é que Grace o reconheça em sua
forma humana, e para isso bastaria que trocassem um único olhar. Mas o tempo de
Sam está acabando. Ele não sabe até quando manterá a dupla aparência e quando
se tornará um lobo para sempre. Enquanto buscam uma maneira de para torná-lo
humano para sempre, têm de enfrentar a incompreensão da cidade, que vê nos
lobos um perigo a ser combatido.
- Débora, você poderia descrever esse livro em poucas
palavras?
- MORTE. LENTAMENTE. HORRÍVEL.
Eu sei que fazer comparações é errado, mas o livro tem
toda aquela vibe de ‘Crepúsculo’, com
o amor impossível por um ser sobrenatural, aquela angústia adolescente com os
sentimentos conflitantes e a escrita poeticamente recheada de descrições e
adjetivos. Talvez se eu tivesse lido na minha adolescência eu gostasse mais da
leitura, ou talvez eu fosse querer cortar meus pulsos como agora.
Tenho um apreço pela saga ‘Crepúsculo’ e não nego, mas ‘Calafrio’
é como uma versão 10x mais chata e lenta, sem um pano de fundo que preste e com
principais insípidos, porque convenhamos, há algo na série da Stephenie Meyer
que nos faz querer virar as páginas e não atear fogo à elas como esse livro.
Voltemos agora a nossa programação original!
Grace é obcecada por Sam. OBCECADA. E isso antes mesmo
dela saber que ele poderia se transformar, o que quer dizer que ela estava
apaixonada por um LOBO, um ANIMAL SELVAGEM E PERIGOSO. Isso não é certo,
higiênico e muito menos são da cabeça. Desculpe, mas não consigo aceitar isso.
Ela tem um pensamento completamente unilateral, voltado para – adivinhem! –
Sam. Seja humano ou lobo, ela só quer pensar nele, falar dele e só se interessa
por ele, enquanto o resto do mundo poderia desaparecer que nem faria falta a
ela. Pra que família e amigos quando você tem o amor da sua vida?
E o que falar de Sam, esse mocinho que mais parece uma
mocinha? Eu não consigo admitir que um rapaz de 18 anos reclame que o casaco o
faça parecer com um balão ou que ele se considere um “ventre vazando”. WTF!? O que isso significa ainda por
cima!? Fora que ele é extremamente pudico, a menina estava praticamente se
oferecendo numa bandeja e o que ele faz? Recusa vezes e vezes seguidas. Foi
interessante ver certa inversão de papéis, com a heroína sendo mais estoica e
não demonstrando seus sentimentos e o rapaz sendo mais emotivo, mas não tanto
assim que faça com ele pareça uma moça do século passado.
E o que falar também sobre os poemas e as letras de
música que Sam escrevia quando estava inspirado? (Não estava o suficiente,
porque elas eram péssimas). Exemplo:
Ela desenha traços em
meu rosto
As linhas criam
formas que não podem alterar
a versão de mim que
trago aqui dentro
quando estou deitado
com você, deitado com você, deitado com você.
O andamento da história é lenta e quase parando. O plot é
não existente! Cadê o conflito? Cadê o clímax? O romance deles é chato e
incrivelmente egoísta. Tudo e todos têm de estar a disposição deles, o
problemas dos outros só são reconhecidos quando eles de alguma forma conseguem
transformar em um problema para ambos. Os pais da Grace eram dois estúpidos que
nem merecem que sejam comentados aqui.
As 2 estrelas que atribuí vão para os personagens
secundários, especialmente a Isabelle, que acabou se tornando minha favorita
com todo seu jeitinho sarcástico, que mais ladra do que morde, e para o frio
intenso que a autora te faz sentir durante a leitura.
Comente aqui se você já leu algum livro com um amor
incrivelmente egoísta como esse.
Beijinhos!
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