domingo, 20 de agosto de 2017

Resenha: A Rosa e a Adaga

Nota: 3/5 estrelas
Título original: The Rose and the Dagger
Autor: Renée Ahdieh
Série: A Fúria e a Aurora, livro 2
Editora: Globo Alt
Páginas: 364
Inspirada nos clássicos contos do livro As mil e uma noites, produzidos entre os séculos XII e XVI, Renée Ahdieh criou uma história que conquistou leitores e chegou ao topo da lista de best-sellers do New York Times. A rosa e a adaga conclui o enredo de romantismo, traição, intrigas e mistério iniciado em A fúria e a aurora.
A jovem Sherazade chegou a acreditar que seu marido, Khalid, o califa de Khorasan, fosse um monstro. Mas por trás de seus segredos, ela descobriu um homem amável, atormentado pela culpa e por uma terrível maldição, que agora pode mantê-los separados para sempre. Refugiada no deserto com sua família e seu antigo amor, Tariq, ela concentra forças para quebrar a maldição e voltar a viver com seu verdadeiro amor.
Com uma narrativa envolvente e repleta de referências à cultura árabe, a autora desenvolve um universo de intriga política, magia negra e relações complexas. Os personagens, que em A fúria e a aurora já haviam conquistado o coração dos leitores, tornam-se ainda mais marcantes, profundos e sedutores.
Essa resenha contém spoilers do livro anterior, A Fúria e a Aurorapor isso, cuidado com as palavras a seguir.
Depois de ler o primeiro livro e me apaixonar pela história de Sherazade e Khalid, os meses esperando por essa conclusão quase me deixaram louca, logo as expectativas sobre como a autora encerraria essa duologia estavam nas alturas, e é com uma dor no coração que devo dizer que fiquei levemente decepcionada com o que acabei encontrando nessa finalização, que apesar de ser boa deixou muito a desejar em alguns quesitos.

A história parte dos acontecimentos finais do primeiro volume, e com a separação de nossos protagonistas nós temos uma narrativa dupla, onde por um lado vemos Sherazade refugiada no deserto junto de sua família com o exército de Tarik, enquanto procura por uma maneira de quebrar a maldição e retornar para seu amado, e do outro temos Khalid tentando reconstruir Khorasan, reorganizar seus soldados para o combate iminente e, é claro, pensando em Sherazade todos os dias.

Um adicional foi termos os pontos de vista de Jahandar, pai de Sherazade e Irsa, sua irmã mais nova, essa última definitivamente se destacando, pois ao longo da história vemos essa personagem gradualmente se desenvolver e se transformar em uma jovem mulher forte e determinada, adquirindo a confiança necessária para se impor e ajudar sua irmã. Apesar da narrativa de Irsa ser interessante, ela não deixa de passar a impressão de encher linguiça e oferecer uma pessoa na qual a Sherazade poderia se apoiar e confiar seus segredos. Há também um interesse amoroso para a personagem, mas que também não chega a acrescentar muito.

Jahandar e Tarik foram dois personagens que se tornaram desnecessários (acho que sempre foram) e que ganharam um destaque indevido, já que eles não eram tão interessantes para começo de conversa, faziam uma besteira colossal em cima da outra (ESPECIALMENTE O TARIK), não aprendiam com seus erros e seus finais foram um tanto esquecíveis.

Um dos grandes problemas do livro foi o seu desenvolvimento. A interação entre Khalid e Sherazade é maravilhosa de se ver, já que ela consegue fazer com que ele seja menos taciturno, mas por estarem separados e somente se reencontrarem mais para frente na história, o desenvolvimento tornou-se estagnado – apesar de ambos estarem ocupados e resolvendo seus problemas – e o sentimento que deixa é de estar acontecendo vários nada até que eles estejam juntos novamente. Outro ponto decepcionante foi o conflito que estava sendo construído com o reino de Parthia. Essa era uma das partes em que mais criei expectativas e fui deixada extremamente desgostosa em como tudo acabou.

Somos apresentados a um novo personagem que vai ajudar a explorar os poderes de Sherazade, assim como a quebrar a maldição do califa. E é nessa parte que me senti pessoalmente insultada com a maneira que a maldição foi quebrada. Esse personagem e sua família, que são de uma nacionalidade diferente de nossos protagonistas, estão intimamente ligados ao livro que está nas mãos de Jahandar. No entanto, essa ligação é muito mal explicada e a resolução da maldição beira o banal, sendo que ela desempenhou um papel enorme na vida de Khalid e foi quebrada com o mais simples dos atos.

Mas se teve algo que por si só merece uma estrela é Despina e o plot twist dela nesse livro, que me pegou completamente de surpresa. Uma das melhores personagens do livro (senão A melhor), Despina soube roubar a cena, despejar uma bomba em nossas caras e nos conquistar definitivamente com suas mentiras e trapaças. Nunca alguém tão desonesta foi tão benquista.

Apesar de suas falhas, ‘A Rosa e a Adaga’ nos dá um final satisfatório onde mergulhamos nesse mundo de cores vibrantes e cheiros exóticos que a autora nos proporciona pela última vez.

Comente um livro que mesmo te decepcionando durante a narrativa, você tenha gostado do final.

Beijinhos!

Onde achar: AMAZON / CULTURA / SARAIVA / SUBMARINO
Outras opiniões: GOODREADS / SKOOB


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