Nota: 3/5 estrelas
Título original: The Rose and the Dagger
Autor: Renée Ahdieh
Série: A Fúria e a Aurora, livro 2
Editora: Globo Alt
Páginas: 364
Inspirada nos
clássicos contos do livro As mil e uma noites, produzidos entre os séculos XII
e XVI, Renée Ahdieh criou uma história que conquistou leitores e chegou ao topo
da lista de best-sellers do New York Times. A rosa e a adaga conclui o enredo
de romantismo, traição, intrigas e mistério iniciado em A fúria e a aurora.
A jovem Sherazade
chegou a acreditar que seu marido, Khalid, o califa de Khorasan, fosse um
monstro. Mas por trás de seus segredos, ela descobriu um homem amável,
atormentado pela culpa e por uma terrível maldição, que agora pode mantê-los
separados para sempre. Refugiada no deserto com sua família e seu antigo amor,
Tariq, ela concentra forças para quebrar a maldição e voltar a viver com seu
verdadeiro amor.
Com uma narrativa
envolvente e repleta de referências à cultura árabe, a autora desenvolve um
universo de intriga política, magia negra e relações complexas. Os personagens,
que em A fúria e a aurora já haviam conquistado o coração dos leitores,
tornam-se ainda mais marcantes, profundos e sedutores.
Essa resenha contém spoilers do livro anterior, A Fúria e a Aurora, por isso, cuidado com as palavras a seguir.
Depois de ler o primeiro livro e me apaixonar pela
história de Sherazade e Khalid, os meses esperando por essa conclusão quase me
deixaram louca, logo as expectativas sobre como a autora encerraria essa
duologia estavam nas alturas, e é com uma dor no coração que devo dizer que
fiquei levemente decepcionada com o que acabei encontrando nessa finalização,
que apesar de ser boa deixou muito a desejar em alguns quesitos.
A história parte dos acontecimentos finais do primeiro
volume, e com a separação de nossos protagonistas nós temos uma narrativa
dupla, onde por um lado vemos Sherazade refugiada no deserto junto de sua
família com o exército de Tarik, enquanto procura por uma maneira de quebrar a
maldição e retornar para seu amado, e do outro temos Khalid tentando
reconstruir Khorasan, reorganizar seus soldados para o combate iminente e, é
claro, pensando em Sherazade todos os dias.
Um adicional foi termos os pontos de vista de Jahandar,
pai de Sherazade e Irsa, sua irmã mais nova, essa última definitivamente se
destacando, pois ao longo da história vemos essa personagem gradualmente se
desenvolver e se transformar em uma jovem mulher forte e determinada,
adquirindo a confiança necessária para se impor e ajudar sua irmã. Apesar da
narrativa de Irsa ser interessante, ela não deixa de passar a impressão de
encher linguiça e oferecer uma pessoa na qual a Sherazade poderia se apoiar e
confiar seus segredos. Há também um interesse amoroso para a personagem, mas
que também não chega a acrescentar muito.
Jahandar e Tarik foram dois personagens que se tornaram
desnecessários (acho que sempre foram) e que ganharam um destaque indevido, já
que eles não eram tão interessantes para começo de conversa, faziam uma
besteira colossal em cima da outra (ESPECIALMENTE O TARIK), não aprendiam com
seus erros e seus finais foram um tanto esquecíveis.
Um dos grandes problemas do livro foi o seu
desenvolvimento. A interação entre Khalid e Sherazade é maravilhosa de se ver,
já que ela consegue fazer com que ele seja menos taciturno, mas por estarem
separados e somente se reencontrarem mais para frente na história, o
desenvolvimento tornou-se estagnado – apesar de ambos estarem ocupados e
resolvendo seus problemas – e o sentimento que deixa é de estar acontecendo
vários nada até que eles estejam juntos novamente. Outro ponto decepcionante
foi o conflito que estava sendo construído com o reino de Parthia. Essa era uma
das partes em que mais criei expectativas e fui deixada extremamente desgostosa
em como tudo acabou.
Somos apresentados a um novo personagem que vai ajudar a
explorar os poderes de Sherazade, assim como a quebrar a maldição do califa. E
é nessa parte que me senti pessoalmente insultada com a maneira que a maldição
foi quebrada. Esse personagem e sua família, que são de uma nacionalidade
diferente de nossos protagonistas, estão intimamente ligados ao livro que está
nas mãos de Jahandar. No entanto, essa ligação é muito mal explicada e a
resolução da maldição beira o banal, sendo que ela desempenhou um papel enorme
na vida de Khalid e foi quebrada com o mais simples dos atos.
Mas se teve algo que por si só merece uma estrela é
Despina e o plot twist dela nesse livro, que me pegou completamente de
surpresa. Uma das melhores personagens do livro (senão A melhor), Despina soube
roubar a cena, despejar uma bomba em nossas caras e nos conquistar
definitivamente com suas mentiras e trapaças. Nunca alguém tão desonesta foi
tão benquista.
Apesar de suas falhas, ‘A Rosa e a Adaga’ nos dá um final
satisfatório onde mergulhamos nesse mundo de cores vibrantes e cheiros exóticos
que a autora nos proporciona pela última vez.
Comente um livro que mesmo te decepcionando durante a
narrativa, você tenha gostado do final.
Beijinhos!
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